A Dª Zeza me criou desde sempre. A
Dª Estela me recebia em sua casa com felicidade e um brilho de criança nos
olhos. A Dª Zeza cuidava para que eu andasse sempre arrumado, e mal passavam 10
minutos que eu saía de casa, já estava todo sujo e amassado. A Dª Estela
gostava de encostar minha cabeça em seu colo e ficava enrolando os cachos do
meu cabelo (que puxaram aos dela) com os dedos. A Dª Zeza fazia feijão com
arroz, e paçoca. A Dª Estela preparava arroz com frango, e salada de batata,
cenoura e beterraba. A Dª Zeza gostava de tocar órgão (e depois deu ele para
mim). A Dª Estela gostava de jogar baralho aos domingos. A Dª Zeza era a mãe de
todos. A Dª Estela falava com voz de menina. As duas gostavam de contar muitas
histórias de antigamente com um frescor nas palavras que até parecia que
estávamos vivendo tudo aquilo com elas. As duas já partiram. E deixaram muitas
histórias boas para contarmos por aí.
*Texto originalmente escrito em 26 de
julho de 2013, nas boas lembranças que me apareceram naquele dia dos avós.