Fui assaltado no dia 1º de abril.
Já contei essa história aqui antes. Alguns pertences, material de trabalho... E
eu achava que o que de havia de maior valor material na mochila eram uns R$
70,00 que sacara no banco uns dias antes. Que nada... Um carregador! O carregador
da bateria de minha máquina fotográfica. “Que nada!”, pensei eu. “Consigo achar
outro fácil!”. Não foi bem assim... Alguns dias depois o assalto fui atrás de
outro carregador. Após uma rápida busca na internet, encontrei. E tomei um
susto. O preço? R$159,00! “Mas é quase o valor da minha câmera!”. Uma máquina Panasonic Lumix FS-4 de 8.0 megapixels que comprei em 2010. Vou
falar um pouquinho sobre ela... Minha
primeira câmera fotográfica. Na verdade já possuía outra câmera, uma Olympus Trip 35mm da década de 1980 que
herdei dos meus pais. Mas nunca consegui tirar uma foto com ela, pois está com
defeito há uns 20 anos. Bom, então posso dizer que essa câmera Panasonic foi a
primeira (e única mesmo) que consegui comprar, e que me permitiu realmente
tirar fotos. Estava cursando o mestrado e precisaria tirar algumas fotos para a
pesquisa que iria realizar. Pensei: “por que não?”. Após uma longa (longa
mesmo) pesquisa em sites da internet, achei a referida máquina. Era um modelo
que já estava ficando obsoleto na época (em 2010), e por isso estava em
promoção. Eu sou realmente um exímio pesquisador no que diz respeito a
equipamentos e tranqueiras eletrônicas. Sempre que vou adquirir algo do gênero,
realizo um exaustivo levantamento em sites
de reviews, fóruns de discussão,
lojas etc. Havia gostado das recomendações e do que li sobre as câmeras
Panasonic. Então seria essa mesma! Além de registrar as imagens da minha
pesquisa, essa câmera acompanhou todas as minhas idas e vindas entre Pernambuco
– Ceará (e às vezes Paraíba). Foi com ela que fotografei as minhas 6 mudanças
entre Recife – Olinda. Fotos de aniversários, o último aniversário do meu avô
que comemorei com o meu em 2011, saídas, encontros com amigos, presepadas,
enfim, 3 anos da minha vida em imagens. E o carregador? Muito caro mesmo! Para
um camarada recém assaltado, desembolsar quase o mesmo valor da câmera fotográfica
para comprar o carregador. Meio difícil! Não pretendia, e nem teria condições
de comprar outra câmera. Estava satisfeito com a minha. Comecei a ver com
amigos se alguém teria um modelo parecido com o meu para que pudesse pedir uma
recarga “emprestada” de vez em quando até conseguir resolver a situação.
Ninguém possuía. Percorri várias lojas de eletrônicos pelo centro de Fortaleza
atrás de um carregador compatível, e nada. Comecei a procurar em sites no
exterior, e encontrei. Por aproximadamente $ 25,00. Com as taxas de envio
sairia por algo em torno de uns R$ 70,00. Seria uma alternativa (ainda muito
cara, mas uma alternativa). Resolvi procurar mais um pouco. Telefonei para
algumas lojas em São Paulo. Nada! Tentei entrar em contato com a assistência
técnica autorizada da Panasonic em minha cidade. Eles possuíam o registro do
carregador no sistema, mas estavam sem peças no momento. Teria que fazer uma
encomenda e esperar para ver se conseguiriam. O valor? R$ 90,00. Caro! Pensei
em ir até a Feira dos Pássaros
(também conhecida como Feira dos
Malandros, em Fortaleza, lugar onde se pode encontrar de um tudo, desde
animais até automóveis, celulares, videogames, roupas, discos, entre outros
itens, de procedência às vezes ambígua). Acabei não encontrando tempo para tal
empreendimento. Um dia desses fui ao North Shopping (shopping de Fortaleza
conhecido por abrigar em seu interior um labirinto de corredores que faria o
Minotauro do mito amolecer os chifres) trocar uma peça de roupa que havia
comprado, e cuja numeração não me servira muito bem. Depois de me perder e me
encontrar algumas vezes, resolvi dar uma passada em algumas lojas de
eletrônicos para perguntar pelo tão almejado carregador. Em nenhuma delas
encontrei. Mas me deram a indicação de uma loja no subsolo do shopping que
trabalhava com concerto de câmeras fotográficas, onde talvez pudesse encontrar
o que procurava. Entrei em duas outras lojas por engano até achar a que haviam
me indicado. Uma lojinha apertada mesmo, com um pequeno balcão separando os
clientes, dos técnicos e de prateleiras repletas de câmeras fotográficas.
Perguntei: “vocês teriam por acaso um carregador para bateria de câmera
Panasonic?” E não é que o acaso acertou?! Eles tinham dois carregadores, mas
falaram que eu teria que trazer a câmera e a bateria para verificar a
compatibilidade. Pedi para ver os dois, pois tinha uma idéia do modelo e das
especificações do meu antigo carregador. Percebi que um deles possuía encaixes
bem parecidos. De qualquer forma anotei as especificações de ambos para
conferir ao chegar em casa. E mais uma vez o acaso acertou! Um deles era
equivalente ao de minha câmera. Dois dias depois voltei ao shopping (dessa vez
não me perdi) com minha câmera e bateria. Pedi novamente para verificar o
carregador. Perfeito! A bateria encaixou. Restava plugá-lo na tomada para ver
se funcionava. Excelsior! (Sempre quis dizer isso, Stan Lee!). Funcionou! O
preço? R$ 45,00 (menos de um terço do carregador do mercado livre; metade do
carregador da autorizada e aproximadamente a metade do importado). Ainda tentei
uma pechincha com o vendedor, que reduziu o valor para R$ 40,00. Ao concluirmos
o negócio ele me falou: “rapaz, você não ganha mais na loteria!”. E eu sem
entender perguntei o porquê. Ele me falou que foi muita sorte mesmo conseguir
encontrar um carregador igual ao meu. Não teria a mesma sorte de ganhar na
loteria. Está bem. Eu nunca quis ser rico mesmo. Eu só queria mesmo carregar a
bateria e voltar a tirar fotos com a minha velha câmera.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
domingo, 4 de agosto de 2013
Feliz aniversário!
No dia 3 de agosto de 2013 completei 30 anos. 30
anos! Um ano antes estava longe. E além dos 29 anos, comemorava a defesa de
minha dissertação de mestrado. E desses trinta 3 de agosto, foi o único que
passei longe de casa. No dia 3 de agosto de 2011 foi o último aniversário que
passei com o meu avô Geraldo. Comemoramos junto. Duas vezes! No meu, e no seu
aniversário 5 dias depois (e no dia seguinte ainda comemoramos o dia dos pais).
10 anos antes (do dia 3 de agosto de 2013) houve uma grande festa em casa. Muitos amigos! Com a chegada dos
20 anos, comemorávamos também a minha aprovação no vestibular. Uma folia que
começou de dia e entrou pela noite. E olha que na manhã seguinte iriam começar
as aulas! Nesse dia 3 de agosto de 2003 muitas das pessoas que ali estavam se
despediram de um grande amigo, o Luciano, sem saber que não iriam vê-lo mais.
Ainda bem que foi em um dia de festa! Dia 3 de agosto de 2013, 30 anos. Eu
nunca me imaginei com 30 anos. Quando criança, ficava pensando como seria aos
15. Estava na 8ª série quando completei 15 anos (no dia 3 de agosto de 1998), e imaginava saber como seria aos 18. Adolescência. Mas no dia 3
de agosto de 2001, quando completei 18 anos e vi que não mudara tanto
assim, parei de querer tentar imaginar como seria dali para frente. E depois
desses trinta 3 de agosto, parece que a mesma impressão persiste...
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Vão-se os anéis, fica o chocolate!
FUI ASSALTADO no
dia 01 de abril, uma segunda feira, por volta das 20h10min bem próximo de minha
residência. Não, essa não é uma piada do dia da mentira. Estava sentado em uma
parada de ônibus quando um rapaz apontou-me uma pistola dando voz de assalto.
Poucos segundos antes ele havia passado por mim a pé, e quando menos espero ele
dá a volta e me aponta a arma. "Passa o celular!" Deu uma busca na
minha calça para ver se tinha algo. Como viu que não tinha bolsos começou a
puxar minha mochila (sempre ande com uma calça com bolsos para que isso não
aconteça!). Não é a primeira vez que sou assaltado. Já desenvolvi até certo
trato com ladrões. Sempre tento conversar com o "camarada" no intuito
de que ele me deixe os documentos. Dessa vez não funcionou. O “camarada” estava
afoito. E com uma pistola na mão. Não tem conversa. "Solta senão eu atiro!" E lá se vai
o "camarada" correndo, e entra em um Fiat Siena preto que o esperava
na esquina. Vai com minha mochila, dois
celulares antigos (desses que ninguém mais quer, mas ele quis. Afinal de contas
era o que ele queria quando disse: “Passa o celular!” Deve ter se arrependido
ao abria a mochila), minha carteira com RG, Carteira de Habilitação, cartão do
plano de saúde, passecard recém carregado, a quantia de R$ 70,00 em dinheiro, o
carregador da bateria da minha máquina fotográfica, duas camisinhas (espero que
ele use, pelo menos), duas canetas, uma lapiseira, um controle remoto (isso
mesmo), uma garrafa pet seca, minha pasta com relatórios, planejamento mensal e
frequência dos meus alunos de Tai Chi Chuan,
e um pequeno caderno onde faço minhas anotações do trabalho e do dia à dia. Quando vi o
"camarada" correndo com minhas coisas a primeira coisa que consegui
pensar foi: "ainda bem que tirei da mochila o chocolate que ganhei da Dona Estela”. A Dona Estela é uma das alunas que fazem Tai Chi Chuan comigo no
bairro Aerolândia. Uma senhora muito humilde
que tem por volta dos 70 anos. Ela é lavadeira de roupas, e trabalha
inclusive na casa de algumas de suas colegas de Tai Chi Chuan. É uma das alunas
mais assíduas de minha turma. Antes da páscoa ela havia dito que ia me dar um
presente. "Professor, depois eu
trago um chocolate pro senhor!" (apesar de ter idade para ser neto da
maioria de minhas alunas, muitas delas me chamam respeitosamente de
"senhor"). Falei que não precisava, que não se preocupasse com isso.
No já citado dia 01 de abril, pouco antes de iniciar minha aula pela manhã, ela
chegou próximo a mim e disse: "professor, trouxe um chocolatezim pro
senhor!" Ela presenteara a mim e a outra professora que trabalha comigo
com uma barra de chocolate do tipo meio amargo (que por sinal é um dos que mais
gosto). Fiquei muito tocado com o gesto singelo de sua parte. O dinheiro que
recebe com as lavagens de roupa deve ser muito pouco, e contado para as despesas
do mês, e ainda assim ela havia feito questão de nos presentear. Ao chegar em
casa naquele dia pela manhã, após o término de meu primeiro expediente de
trabalho, tirei meu presente (o chocolate) da mochila, e coloquei-o em cima de
um armário em casa. Ao chegar em casa a noite, após o assalto, uma das
primeiras coisas que vi ao entrar pela sala foi a barra de chocolate no mesmo
lugar onde havia deixado. Pensei novamente: "ainda bem que tirei da mochila o chocolate que ganhei da Dona Estela”. Repeti a frase para minha
namorada, que estava em casa comigo, abri a embalagem e comemos o chocolate,
que adoçou aquela noite tão tumultuada. Na manhã seguinte comentei com os
alunos sobre o ocorrido na noite anterior. Foi com muita indignação que
receberam a notícia, e ficaram preocupados inicialmente achando que havia sido
assaltado em sua comunidade, que carrega uma fama de violenta. Não foi. A Dª
Estela estava na aula àquela manhã. Ao me aproximar dela durante um dos
exercícios, tocada com a situação ela perguntou se estava tudo bem e falou: “Ôôô
professor, levaram seu chocolate?!”. Falei que havia sido justamente no
chocolate que pensara logo após o assalto, e que por uma feliz coincidência, o
seu presente foi o único item que tirara da mochila, antes de sair de casa
novamente para trabalhar. Ao narrar minha preocupação com seu presente ela me
presenteou novamente com um sorriso largo no rosto. E pensei denovo: "ainda bem que tirei da mochila o chocolate que ganhei da Dona Estela”. Acho que depois dessa posso
até repensar aquele antigo ditado que diz: “Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.”.
No meu caso vai ser: “Vão-se os anéis, fica o chocolate!”.
*O nome da minha avó paterna também era Estela.A Dona Estela do Tai Chi Chuan lembra muito a vó Estela. Duas mulheres simples, de origem humilde, e muito atenciosas nos pequenos e nos grandes gestos.
*O nome da minha avó paterna também era Estela.A Dona Estela do Tai Chi Chuan lembra muito a vó Estela. Duas mulheres simples, de origem humilde, e muito atenciosas nos pequenos e nos grandes gestos.
terça-feira, 19 de março de 2013
Maisumdiadechuva?
Papelnamão
Lixonochão
Tapabueiro
Nuvemnocéu
Águanochão
Diadesol?
Oanointeiro
Mashojenão
Nuvemnocéu
Águanochão
Soberua
Descebarranco
Senhordoutor
Sentanacadeira
Porqueesperartanto
Nãovêissonão?
Oqueestáfaltando
Écoração?
Lixonochão
Tapabueiro
Nuvemnocéu
Águanochão
Diadesol?
Oanointeiro
Mashojenão
Nuvemnocéu
Águanochão
Soberua
Descebarranco
Senhordoutor
Sentanacadeira
Porqueesperartanto
Nãovêissonão?
Oqueestáfaltando
Écoração?
No dia 19 de março. Aniversário da
Dona Zeza, que hoje estaria completando 87 anos. Avó-mãe tão saudosa e querida.
Dia 19 de março. Dia de São José, que inspirou também o nome da minha avó,
Maria José. Ela ensinou aos netos a esperar por essa data, pois marcava também
o prenúncio da temporada de chuvas. "Se chover no dia de São José, é um
bom sinal", dizia ela. Desde pequenos nos acostumamos a sempre esperar por
essa data, por seu aniversário, e pelas chuvas que o santo trazia. Quem parece
que nunca aprendeu mesmo a esperar pela temporada chuvosa são nossos
digníssimos governantes. E todos os anos vemos as noticias sobre enchentes e deslizamentos
de terra escorrer pelos jornais como se fossem notícias inéditas...
Ainda bem que a Dona Zeza me ensinou a esperar pelas
chuvas...
sexta-feira, 8 de março de 2013
E o Brasil... dizem por aí que vai muito bem, obrigado!
A minha última rotina de trabalho tem me
proporcionado horários de expediente um tanto quanto inusitados. Quando a
maioria da população está começando seu deslocamento diuturno rumo a seus
locais de trabalho, estou voltando para casa e terminando o meu primeiro
expediente. Quando elas estão retornando aos seus lares no final do dia, estou iniciando
o meu segundo turno de trabalho. Tenho observado desde que voltei a Fortaleza
que o trânsito da cidade está ficando cada vez mais “travado”. Já vivenciava essa
experiência quando morava em Recife/Olinda. Mas Fortaleza realmente tem me
surpreendido nos últimos meses no que diz respeito ao tráfego. Muitos carros.
Muitas motos. Muitas pessoas nos ônibus. Poucos ônibus. E o metrô... Bem acho
que isso é assunto para a Copa do Mundo (mas quem sabe mesmo, não é?!). Mas
veja só... As pessoas estão comprando mais carros... E ainda há quem queira nos
fazer acreditar que isso é realmente bom! É engraçado (na verdade é trágico)
ouvir o discurso governamental nos últimos anos falando que a economia do
Brasil está crescendo, que o brasileiro vive melhor, e que aumentou o seu poder
de consumo. É espantoso ouvir esse tipo de discurso de que a melhoria na
qualidade de vida da população está atrelada ao aumento em seu poder de compra.
E dizem até que tem uma nova classe média por aí. Realmente as pessoas estão
comprando e consumindo mais. As linhas de crédito aumentaram. É muito fácil
comprar um carro novo todo o ano, até mesmo sem um tostão no bolso. As casas da
população estão cheias de TV’s de LED (porque as de LCD já estão ultrapassadas,
não é?!). IPod’s, Iphone’s, Ipad’s... Ai pode?! Pode sim! Todo mundo pode! É só
ter um cartão de crédito. Dinheiro de plástico serve para isso mesmo. E a gente
vai pagando em suaves prestações a perder de vista. E o Brasil, hein?! Dizem por
aí que vai muito bem, obrigado. As ruas estão cheias de carros. A sala de casa
está cheia de eletrônicos. Vazia mesmo está a geladeira. Vazias mesmo estão as
salas de aula (se bem que algumas estão bem cheias porque está faltando é
professor). Ah, e têm os postos de saúde, esses sim estão bem cheios. E o
Brasil, hein?! Dizem por aí que vai muito bem, obrigado. É o maior país da
América Latina. Liderança continental. Economia lá em cima! Alguns índices
também. Vejamos alguns deles... Em 2010 o Brasil ficou em 3º lugar no ranking mundial
que mede a desigualdade social nos países (empatado com Equador, e atrás de
Bolívia e Haiti). Em 2012, o Brasil apresentou a 6ª maior taxa de mortalidade
infantil da América do Sul, com 21 mortes para cada 1000 nascimentos normais (países
como Chile, Uruguai e Argentina apresentam a metade ou menos que a metade da
taxa brasileira). Ainda em 2012 o Brasil ficou em 9º lugar na América do Sul no
que diz respeito à taxa de alfabetização, 87% da população alfabetizada,
enquanto países como Uruguai apresentam 98%, Argentina 97% e Chile 96%. E eu
bem que comecei o texto falando em engarrafamentos e em carros, não foi?! Mas o que
importa mesmo...?! Pois é. Porque o Brasil, hein?! Dizem por aí que vai muito bem,
obrigado.
Assinar:
Postagens (Atom)