quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Piscina sem bordas

Quando criança sempre imaginei como seria nadar em uma piscina sem bordas. Fiz aulas de natação em uma piscina muito pequena, de apenas 8 metros. Entre um impulso e outro rapidamente minhas mãos se encontravam com os azulejos azuis que marcavam o fim de mais uma volta. O engraçado é que essa piscina da minha infância volta e meia me aparece nos sonhos. Dos mais frequentes que me retornaram ao longo da vida, lá estou eu entre uma braçada e outra na pequena piscina. Quando voltei para Fortaleza ano passado me deparei com esse pedacinho de praia na fronteira entre Irecema e Náutico com várias pessoas nadando. Rapidamente me lembrei das imagens e sensações desses sonhos e da vontade infantil de nadar em uma piscina sem bordas. Uma piscina em que a gente não precisa ter pressa de chegar do outro lado. Porque do outro lado, entre uma braçada e outra, tem o sol se escondendo por detrás dos prédios. Num virar de cabeça para respirar, o encontro com casais de mãos dadas e famílias passeando no espigão. E quando acho que vou chegar ao fim, no fim do dia, um grupo de amigos está cantando bem alto na areia que o dia ainda vai nascer feliz. E eu não preciso mais tocar na borda para terminar.