segunda-feira, 28 de maio de 2007

E já que falamos de palavras...
Que por tantas vezes me faltaram
E quando me vieram, me fizeram sofrer
Por elas?
Pelas palavras?
Ou por mim mesmo?
Elas vieram mais uma vez, sabe?
Bem rápido...
Tão rápido que não deu nem tempo de tentar segura-las
E agora elas reverberam dia e noite nos meus ouvidos
Bem suave...
Aquelas palavras meio que desconcertadas
Cheias de contratempos
Para me lembrar que os compassos que cadenciam meus passos
Nem sempre são tão harmônicos
E talvez nem precisassem ser
E foi preciso só aquela voz bem baixinha para me lembrar
Bem firme...
Que talvez eu nem precisasse dizer mais nada
Que eu podia simplesmente calar e ouvir
Ouvir com meu corpo todo
Pois era assim que as palavras me chegavam
Com gestos e sons e cores e sabores
Bem doce...
Com o corpo todo...
Que agora canta
Dança
Faz gestos
Mesmo sem se mover
Sem emitir som algum
Mas ele sabe como dizer
E quem sabe não vai mais precisar das palavras
Porque agora há quem saiba
Vê-lo
Ouvi-lo
Senti-lo
Como ninguém...
Bem certo...