terça-feira, 19 de março de 2013

Maisumdiadechuva?

Papelnamão
Lixonochão
Tapabueiro
Nuvemnocéu
Águanochão
Diadesol?
Oanointeiro
Mashojenão
Nuvemnocéu
Águanochão
Soberua
Descebarranco
Senhordoutor
Sentanacadeira
Porqueesperartanto
Nãovêissonão?
Oqueestáfaltando
Écoração?





No dia 19 de março. Aniversário da Dona Zeza, que hoje estaria completando 87 anos. Avó-mãe tão saudosa e querida. Dia 19 de março. Dia de São José, que inspirou também o nome da minha avó, Maria José. Ela ensinou aos netos a esperar por essa data, pois marcava também o prenúncio da temporada de chuvas. "Se chover no dia de São José, é um bom sinal", dizia ela. Desde pequenos nos acostumamos a sempre esperar por essa data, por seu aniversário, e pelas chuvas que o santo trazia. Quem parece que nunca aprendeu mesmo a esperar pela temporada chuvosa são nossos digníssimos governantes. E todos os anos vemos as noticias sobre enchentes e deslizamentos de terra escorrer pelos jornais como se fossem notícias inéditas...

Ainda bem que a Dona Zeza me ensinou a esperar pelas chuvas...

 

sexta-feira, 8 de março de 2013

E o Brasil... dizem por aí que vai muito bem, obrigado!



A minha última rotina de trabalho tem me proporcionado horários de expediente um tanto quanto inusitados. Quando a maioria da população está começando seu deslocamento diuturno rumo a seus locais de trabalho, estou voltando para casa e terminando o meu primeiro expediente. Quando elas estão retornando aos seus lares no final do dia, estou iniciando o meu segundo turno de trabalho. Tenho observado desde que voltei a Fortaleza que o trânsito da cidade está ficando cada vez mais “travado”. Já vivenciava essa experiência quando morava em Recife/Olinda. Mas Fortaleza realmente tem me surpreendido nos últimos meses no que diz respeito ao tráfego. Muitos carros. Muitas motos. Muitas pessoas nos ônibus. Poucos ônibus. E o metrô... Bem acho que isso é assunto para a Copa do Mundo (mas quem sabe mesmo, não é?!). Mas veja só... As pessoas estão comprando mais carros... E ainda há quem queira nos fazer acreditar que isso é realmente bom! É engraçado (na verdade é trágico) ouvir o discurso governamental nos últimos anos falando que a economia do Brasil está crescendo, que o brasileiro vive melhor, e que aumentou o seu poder de consumo. É espantoso ouvir esse tipo de discurso de que a melhoria na qualidade de vida da população está atrelada ao aumento em seu poder de compra. E dizem até que tem uma nova classe média por aí. Realmente as pessoas estão comprando e consumindo mais. As linhas de crédito aumentaram. É muito fácil comprar um carro novo todo o ano, até mesmo sem um tostão no bolso. As casas da população estão cheias de TV’s de LED (porque as de LCD já estão ultrapassadas, não é?!). IPod’s, Iphone’s, Ipad’s... Ai pode?! Pode sim! Todo mundo pode! É só ter um cartão de crédito. Dinheiro de plástico serve para isso mesmo. E a gente vai pagando em suaves prestações a perder de vista. E o Brasil, hein?! Dizem por aí que vai muito bem, obrigado. As ruas estão cheias de carros. A sala de casa está cheia de eletrônicos. Vazia mesmo está a geladeira. Vazias mesmo estão as salas de aula (se bem que algumas estão bem cheias porque está faltando é professor). Ah, e têm os postos de saúde, esses sim estão bem cheios. E o Brasil, hein?! Dizem por aí que vai muito bem, obrigado. É o maior país da América Latina. Liderança continental. Economia lá em cima! Alguns índices também. Vejamos alguns deles... Em 2010 o Brasil ficou em 3º lugar no ranking mundial que mede a desigualdade social nos países (empatado com Equador, e atrás de Bolívia e Haiti). Em 2012, o Brasil apresentou a 6ª maior taxa de mortalidade infantil da América do Sul, com 21 mortes para cada 1000 nascimentos normais (países como Chile, Uruguai e Argentina apresentam a metade ou menos que a metade da taxa brasileira). Ainda em 2012 o Brasil ficou em 9º lugar na América do Sul no que diz respeito à taxa de alfabetização, 87% da população alfabetizada, enquanto países como Uruguai apresentam 98%, Argentina 97% e Chile 96%. E eu bem que comecei o texto falando em engarrafamentos e em carros, não foi?! Mas o que importa mesmo...?! Pois é. Porque o Brasil, hein?! Dizem por aí que vai muito bem, obrigado.