quarta-feira, 28 de julho de 2021

Lembrança das avós

 A Dª Zeza me criou desde sempre. A Dª Estela me recebia em sua casa com felicidade e um brilho de criança nos olhos. A Dª Zeza cuidava para que eu andasse sempre arrumado, e mal passavam 10 minutos que eu saía de casa, já estava todo sujo e amassado. A Dª Estela gostava de encostar minha cabeça em seu colo e ficava enrolando os cachos do meu cabelo (que puxaram aos dela) com os dedos. A Dª Zeza fazia feijão com arroz, e paçoca. A Dª Estela preparava arroz com frango, e salada de batata, cenoura e beterraba. A Dª Zeza gostava de tocar órgão (e depois deu ele para mim). A Dª Estela gostava de jogar baralho aos domingos. A Dª Zeza era a mãe de todos. A Dª Estela falava com voz de menina. As duas gostavam de contar muitas histórias de antigamente com um frescor nas palavras que até parecia que estávamos vivendo tudo aquilo com elas. As duas já partiram. E deixaram muitas histórias boas para contarmos por aí.

 

*Texto originalmente escrito em 26 de julho de 2013, nas boas lembranças que me apareceram naquele dia dos avós.


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