Esses últimos
meses tenho me reconectado com os prazeres dos encontros amigos. Já fazia algum tempo que minhas idas para Fortaleza estavam sendo quase todas para resolver
problemas, consultas médicas ou para demandas familiares. Acho que, nos últimos
2 anos, poucas foram as vezes em que pude encontrar meus amigos na cidade durante esses
percursos. Estive voltando aos poucos para Fortaleza desde dezembro. Festas de
fim de ano; férias; início das aulas no Doutorado; recomeço das atividades do
trabalho em Sousa; idas e vindas; despedidas e reencontros com a minha casa;
afastamento do trabalho; procura por moradia em Fortaleza; um recente e
imprevisto retomo para Sousa. Em meio a todos esses trajetos, pude ir experimentando
alguns encontros ímpares que me alimentaram grande alegria e satisfação. Uma
ida à praia combinada meio às pressas com velhos amigos, rir de velhos causos,
e perceber que ninguém ali ia à praia ou se encontrava já fazia muito tempo. O amigo dos tempos de
graduação reencontrado na mesma turma no início das aulas, e a oportunidade e
rir e lembrar de histórias e figuras do nosso passado/presente estudantil! O
convite para o aniversário do velho amigo em que, depois de muitos convites
feitos em anos anteriores, finalmente pude materializar minha presença e
reencontrar várias figuras ímpares que há muito não via (muito obrigado por
permanecer me convidando esses anos)! Os amigos do colégio que se veem em um
churrasco de última hora cercado das velhas teimas, histórias antigas de
presepadas, vira-latas e uma filhinha que eu ainda não conhecia! Um café
acolhedor na casa da amiga/comadre num convite rápido e descomplicado, e a alegria de
me atualizar sobre vida dela e de minha afilhada. Um pulo (não literal) no carnaval do Benfica,
que é sempre uma oportunidade para encontrar muita gente, e uma amiga da faculdade que há
muito não via (que esteve em pé na minha frente por muito tempo até
que nos reconhecêssemos simultaneamente), os amigos dos tempos de escola e de outros carnavais, a amiga da antiga vizinhança. Um encontro marcado com a turma da
faculdade e que precisou ser cancelado, mas que trouxe de volta mais para perto uma amiga
querida (mesmo que na distância de uma tela e algumas teclas),
e as conversas (e algumas preocupações em comum) que vamos tendo até que esse
encontro físico se concretize. A amiga de longa data que ainda não pode ser encontrada, que uma visita nos aguarde em breve para dar aquele abraço apertado, algumas gargalhadas, e entregar o livro de dinossauros para sua filhinha. A amiga que escuta um desabafo longo e angustiado ao telefone, e que sempre tem espaço para acolher as prosas e os sentimentos leves e os mais pesados. Tantos amigos e amigas que sempre encontro quando chego em Sousa, que me fizeram criar vínculos e raízes por aqui, e sempre me sentir em casa em suas companhias. Felizmente muitos encontros nesses percursos!
Novas histórias para guardar. E quem sabe, daqui há algum tempo, na firmeza
desses reencontros, nos encontraremos outras tantas vezes para relembrar e contar essas histórias!
Amigo é feito casa que se faz aos
poucos
e com paciência pra durar pra
sempre.
O
título tomei emprestado da canção "Amigo é casa", de Capiba e Herminio
Bello de Carvalho. A interpretação é da maravilhosa Zélia Duncan, por quem
conheci a música, que deu nome a um disco
gravado em parceria com a Simone.